Quadras poliesportivas: um ambiente de lazer para condomínios

Áreas de lazer do condomínio propiciam interação, entretenimento e saúde aos moradores. Em projetos de execução para novas construções há quase sempre a previsão desses espaços. As quadras poliesportivas costumam ser um grande atrativo, pois podem viabilizar a prática de várias modalidades esportivas, adaptáveis em um só lugar, como futebol, voleibol, basquete e tênis. No entanto, para que esse ambiente seja eficiente aos moradores, ao contrário de serem considerados espaços ociosos e problemáticos, o projeto arquitetônico estuda um conjunto de fatores. Antes de construir ou reformar uma área esportiva, é preciso conhecer as necessidades do condomínio.

 

Projeto

Para o planejamento e a execução de uma quadra esportiva, os profissionais da arquitetura avaliam alguns aspectos importantes de funcionalidade. De acordo com o arquiteto Manoel Doria, de Florianópolis, definir a orientação da quadra em relação à trajetória do sol interfere na visibilidade das equipes no jogo. “Deve ser evitada a orientação leste/oeste para que o sol não ofusque e prejudique a visão”. O nivelamento das quadras é outro aspecto importante a fim de evitar acúmulo de água e, consequentemente, oferecer risco ao equilíbrio dos esportistas. “A drenagem adequada evita alagamentos”, pontua o arquiteto. Nesse sentido, o acabamento do piso – pintado ou revestido – deve ser objeto de cuidado especial.

“Em condomínios, o piso da quadra costuma ser cimentado. É importante definir a sequência de concretagem, com a previsão de juntas de dilatação, para que sejam evitadas trincas”. A iluminação de uma quadra é também um item importante, pois durante a noite os usuários precisam de níveis adequados de luminância dentro dos padrões mínimos de consumo de energia. “O projeto busca a estratégia que melhor atenda às exigências para a prática saudável do esporte. O problema é que, se o empreendimento já estiver construído, pode não ser possível adequar todos os aspectos”, considera o arquiteto.

 

Regras

A falta de um projeto arquitetônico ou a ineficiência dele pode acarretar problemas para os moradores. O arquiteto Manoel Doria destaca os prejuízos decorrentes de um mau posicionamento da quadra de esportes no condomínio. “O projeto deve se adequar à vida cotidiana da comunidade que irá residir no condomínio. Já presenciei construções falhas, em que a quadra se localizava próxima às unidades, gerando barulho e reclamações”, alerta.

Em condomínios como o exemplo citado pelo arquiteto, o uso das áreas esportivas acaba sendo restringido por regras – delimitação de horários e tipos de modalidades – o que, por fim, acarreta em abandono do local. “A área de lazer perde o sentido. Todos passam a olhar para a quadra como um problema e não sabem o que fazer com o ambiente ocioso, gerador de custos e preocupações. As quadras devem ser implantadas em locais que favorecem a isolação acústica, mais afastadas das unidades, onde não possa causar ruídos”, ressalta.  No Condomínio Haroldo Pederneiras, no centro de Florianópolis, há uma quadra poliesportiva com demarcação para futebol, voleibol, tênis, basquete e handebol. O síndico Yamandú Martorell conta que a quadra é bastante utilizada pelos moradores. “Futebol é o esporte mais praticado. Já tivemos campeonatos organizados pelos condôminos. Todo domingo à noite os adolescentes se encontram para jogar”. No entanto, o síndico lembra que foi preciso estabelecer algumas regras a fim de conservar a quadra e também evitar ruídos e reclamações. “O jogo de taco, o skate e os patins foram proibidos, pois estragam o piso e fazem muito barulho. Também não é permitido andar de bicicleta na quadra, porque as rodas danificam o piso”, conta.

De acordo com o síndico Yamandú, o tema segurança flexibilizou uma única exceção para o uso de bicicletas. “Tivemos que alterar o regimento interno para permitir que crianças até determinada idade pudessem pedalar na quadra. Nesses casos, a bicicleta é menor e o peso da criança também não danifica a superfície. Essa foi uma solicitação feita pelos condôminos, porque brincar fora do condomínio está cada dia mais perigoso”, relata. O síndico ressalta que todos os debates e deliberações foram realizados em assembleia com os condôminos. “Depois que discutimos o tema, não tivemos mais problemas. Os moradores procuram cumprir as regras”, diz.

As áreas de lazer nos condomínios foram criadas para, além da comodidade, oferecer segurança aos moradores. Como a maioria dos usuários das quadras poliesportivas são as crianças e adolescentes, garantir a prática do esporte ou recreação segura costuma ser prioridade nos condomínios.

 

Manutenção

E como quase todas as áreas do condomínio, a quadra de esporte também requer manutenção e reformas. Antes de correr atrás de vários orçamentos para materiais, acabar gastando mais do que o realmente necessário, ou até fazer a compra errada, o síndico poderá obter mais sucesso buscando um profissional que irá direcionar a reforma para o resultado desejado. Para melhor conservação da quadra, especialistas contraindicam a colocação de objetos com peso concentrado nos apoios, que podem marcar e perfurar o piso, tais como: cadeiras, bancos, mesas e barracas de festas. Essa prática é muito comum, pois em muitos condomínios a área de esporte é utilizada para promoção de eventos e confraternizações.

 

Habilitação técnica

Quando o condomínio não possui uma quadra poliesportiva e os condôminos decidem investir na construção desse espaço, a contratação de um arquiteto é requisito básico. Esse profissional se baseará, dentre outras normas internacionais, na norma brasileira NBR 14050:1998 – “Projeto, execução e avaliação do desempenho – procedimento”. Para a escolha do tipo de quadra poliesportiva ou esportiva, o profissional irá considerar, primeiramente, a finalidade para qual será destinada a tradição esportiva – no âmbito de recreação infantil até atletismo –, o que irá definir se a quadra receberá estrutura profissional ou amadora, variando em tamanho e tipos de material aplicados.

As quadras poliesportivas dos condomínios geralmente são construídas em áreas externas, sem cobertura, o que requer segurança, manutenção e resistência à chuva, poluição e raios ultravioleta (UV). Os tipos de piso mais utilizados nesses casos são: grama natural; grama sintética (carpete fabricado com fibras sintéticas de polipropileno / PP ou polietileno /PE); concreto cimentado e pintado; piso sintético flexível em manta de borracha etileno, propileno, dieno, monômero (EPDM); piso de borracha intertravado; piso asfáltico e pintura com resinas acrílico-vinílicas, entre outros.

 

Fonte: Condomínio SC

 

Quadras poliesportivas: um ambiente de lazer para condomínios

You May Also Like